1462060800
1488240000
1711670400

Exposição Anterior

01/05/2016 - 28/02/2017

Are you Rea

Robert Heinecken

Robert Heinecken (1931-2006) foi professor de design gráfico de Pat O’Neill na UCLA em 1961, tendo exercido uma poderosa influência sobre o seu aluno. O’Neill explica: “Ele empreendeu o projeto radical de libertar a fotografia da técnica mecânica e procurou instituí-la como uma forma de arte por direito próprio. Foi um rebelde no sentido em que abraçou a transgressão da pureza do meio. Éramos incentivados a distorcer a tecnologia, a manipular o negativo, a cortar a cópia e até a pintar sobre a sua superfície.” (Entrevista com John G. Hanhardt em Views from Lookout Mountain, p.195.)

Na sua obra, Heinecken examinou as possibilidades materiais do meio fotográfico. Ao invés de se concentrar na imagem fotográfica como produto unicamente da câmara, a sua atenção incidiu sobre a interação e o impacto de diversas técnicas e do formalismo – muitas vezes aplicado de forma irreverente e bem-humorada – sobre material de suportes populares. Usando a colagem, o tratamento da cor, a química da câmara escura experimental, a técnica polaroide, a prata coloidal, a impressão digital e a litografia, entre outros, lançou métodos alternativos para registar e reproduzir imagens de objetos.

O fascínio de Heinecken pelo tratamento e transformação da mesma imagens de múltiplas formas é evidente na sua série Are You Rea. Começando por tirar fotogramas de jornais e revistas, realizou com eles impressões em prata colloidal e recorreu depois à litografia para criar a edição final. A afinidade estética do artista com o Dadaísmo e o Surrealismo é também explícita – a palavra “real” num anúncio numa revista é abreviada para “rea” no fotograma e é pronunciada “ray” no título da série, numa referência às “raiografias” de Man Ray. Demonstrando a visão de Heinecken de que as imagens representam experiência fabricada, as impressionantes justaposições de texto e imagens de anúncios revelam o papel da sugestão subconsciente nos meios de comunicação de massa, a promoção do hiper-consumo do sexo, da comida, de gadgets em voga e de bens materiais, e a cumplicidade em imagens aparentemente inocentes e vulgares.