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Exposição Anterior

01/01/2018 - 01/02/2018

Colaboração LUIZA TEIXEIRA DE FREITAS

Alexandre Estrela

A exposição apresenta dois trabalhos de Estrela em diálogo. O primeiro, Untitled (2017) é uma videoinstalação que retrata a reação comportamental de uma imagem a um corpo estranho, pendurado na superfície do ecrã. Na mesma sala, um segundo trabalho, com o título OURO MOURO (2017) — um nome popular para latão —, pode ser visto como uma experiência (alquímica) sobre as propriedades da matéria após ter sido fotografada. Em OURO MOURO, a luz projetada do vídeo questiona a imutabilidade do conteúdo de uma fotografia. Aquilo que inicialmente víamos como cobre transforma-se em ouro sólido. Identidade e estatuto são conceitos essenciais na cultura humana e a apresentação de objetos brilhantes, raros e inúteis está presente em todas as culturas. Com estes dois trabalhos, Estrela questiona o desejo humano de posse, de ter e conservar algo que é excecional e exclusivo, mas ao mesmo tempo superficial no seu conteúdo. A prática artística de Alexandre Estrela estende-se aos domínios do vídeo, do cinema e da instalação. Muito influenciados pela história do vídeo experimental, os seus trabalhos dependem muito daquilo que cada um percebe quando confrontado com eles. As suas ideias conjugam o simples e o complexo, o profundo e o despretensioso. No cerne da sua obra está a utilização da materialidade da imagem para questionar um vasto leque de assuntos.

 

Luiza Teixeira de Freitas
Luiza Teixeira de Freitas vive em Lisboa e é curadora independente envolvida em diversos projetos. Entre os seus projetos mais recentes destacam-se os que comissariou para as galerias Travessia Cuatro (Madrid e Guadalajara), Silvia Cintra + BOX4 (Rio de Janeiro), a Simon Lee Gallery (Londres), e para as insituições Museu Berardo (Lisboa), e a David Roberts Art Foundation (Londres). Luiza está ativamente envolvida com livros de artistas e projetos de publicações independentes, assim como curadoria de diversas coleções privadas. Foi coordenadora de desenvolvimento e patronos para a Chisenhale Gallery, Londres (2011-13); trabalhou em projetos especiais para Alexander and Bonin, Nova Iorque (2006-12) e kurimanzutto, México (2008-12); foi curadora assistente da Bienal de Marraquexe, Works and Places (2009) e colaborou na Tate Modern, Londres nas exposições de Cildo Meireles e Cy Twombly (2008). Faz parte do Conselho Administrativo da Chisenhale Gallery em Londres, e é consultora estratégica da Delfina Foundation, também em Londres.

Alexandre Estrela
A obra de Alexandre Estrela expande-se espacialmente e temporalmente através de diferentes suportes. Cada peça é uma reflexão sobre a “imagem em si”, definindo-a como uma entidade autónoma que não pode ser reduzida ao escopo da representação. Nos seus vídeos e instalações, Estrela examina as reações psicológicas do sujeito às imagens através da sua interação com a matéria.
Cada peça tem várias camadas, às quais somos introduzidos passo a passo. Os trabalhos não estão aqui apenas para ser vistos, mas para ser descobertos. São obras que convocam experiências sinestésicas, ilusões sonoras e visuais, sensações cromáticas e aurais que funcionam como armadilhas percetuais que introduzem o espectador aos níveis conceptuais do trabalho.
Estrela faz uma problematização constante dos elementos que constituem o ato de perceber, ramificando a visão noutras dimensões do sensível, sempre na direção do invisível e do inaudito.
O seu trabalho é profundamente enraizado na História da Arte e nos seus heróis modernistas, mas bebe também dos discursos da ciência, da neurociência, da física e da acústica, mas também da alquimia, da ficção científica, tratados óticos reais e fictícios, etc. No entanto, aquilo que confere a muitos dos seus trabalhos uma característica peculiar é o uso repetido de imagens da natureza e paisagens combinadas com várias técnicas de gravação e reprodução, que por vezes explora até aos limites da legibilidade e desnaturação.
Entre as suas mais recentes exposições incluem-se, Baklite, 2017, CAV Centro de Artes Visuais, Coimbra; Cápsulas de silêncio, 2016, Programa Fisuras, Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofia, Madrid, Espanha; Roda Lume, 2016, Museum of Contemporary Art of Antwerp M HKA, Bélgica; Meio Concreto, 2013, Museu de Serralves, Porto; Um homem entre quatro paredes, 2013, Pinacoteca do Estado de São Paulo, Brasil; The Sunspot Circle, 2013, The Flat Time House, Londres, Reino Unido; Alexandre Estrela: Subjective Projections, 2011, Bielefelder Kunstverein, Bielefeld, Alemanha; Viagem ao Meio, 2010, Galeria Zé dos Bois, Lisboa, Portugal, entre outras.
O artista participou em inúmeras exposições coletivas, entre as quais se destacam: Lua Cão (com os artistas Paiva & Gusmão), 2017, Galeria Zé dos Bois, Lisboa, com curadoria de Natxo Checa (com itinerância para o Kunstwerein Munich e Casa Encendida em 2018); L’exposition d’un Rêve, 2017, Gulbenkian Paris (projeto por Mathieu Copland); Curar e Reparar, Anozero – Bienal de Arte Contemporânea de Coimbra, 2017 (com curadoria de Ana Luiza Teixeira e Delfim Sardo); Hallucinations, um festival com curadoria de Ben Russel para a Documenta 14, Atenas, 2017, etc.
Alexandre Estrela dirige o estúdio Oporto, uma sala de projeções vídeo situada em Lisboa.

Mais informações: leia o folheto Collaboration I, II, III, VI.

 

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