Stephen Wilks
(1964, UK) Vive e trabalha em Berlim
Stephen Wilks é conhecido pelas suas performances, ‘Animal Farm’ e ‘Trojan Donkey’. O fascínio pela iconografia antropomórfica, em que as características humanas são atribuídas aos animais, desempenha um papel importante na sua prática artística.
Wilks organizou desfiles de rua, com animais gigantescos que eram carregados por pessoas nas mãos. A questão da corrupção de ideais está na vanguarda das questões levantadas: “Todos os animais são iguais, mas alguns são mais do que outros. Para ‘Trojan Donkey’, Wilks carregou um burro de pelúcia em tamanho real nas costas. O burro viajou ao redor do mundo e ficou com pessoas que por sua vez deram ao burro uma mensagem pessoal. ‘Wearing a donkey on the back (‘Usar um burro nas costas’) refere-se não apenas à gíria regional inglesa, mas também ao humor noir, descrito pelo surrealista André Breton (1935). O burro como um animal de carga, que em muitas culturas está associado à pobreza, torna-se um dos principais significados no trabalho de Wilks.
No primeiro capítulo desta exposição, mostramos ‘Donkey Roundabout’ de Stephen Wilkes, que simbolizava todos os diferentes burros que viajaram pelo mundo, poeticamente aludindo à rotação da história e das histórias contadas e transmitidas oralmente. Agora, para ‘Se Erguendo tenda onde entrem todos’, Stephen criou um novo burro com tecido tradicional fabricado em Portugal pela Fabrical, marca têxtil holandesa residente em Monsaraz. O burro marcará presença na abertura da exposição, antes começar uma viagem por Portugal.
A ideia é que vá a outros museus, escolas ou até mesmo às casas das pessoas e colecione suas memórias e histórias. Estas serão carregadas pelo burro e passadas de um lugar para outro para as mãos de outros. Este é um trabalho que homenageia, não só uma lenta vivência do tempo, atenta à viagem e ao encontro do outro, mas também ao artesanato local, com o burro feito localmente, bordado ao “estilo português”.
Para esta exposição Wilks diz: ‘Muitas vezes me perguntam quando vai terminar o projeto do burro, é um trabalho cumulativo e todo o tema da viagem dos burros continua a gerar novas ideias’.
Agradecimento especial à Mizette Nielsen que nos deu o lindo tecido para o projeto.